segunda-feira, 31 de março de 2014

Vento

Mais uma vez o ciclo se renova. O vento que ventava manso, em mais uma de suas fúrias soprou forte pra longe. Dessa vez o vento ventou com uma intensidade um pouco mais forte, um pouco mais brava, tudo que estava junto se desfez, aquilo que era sólido firme, se transformou em mil pedacinhos que estão espalhados por aí.

Não é difícil encontrar semelhanças nesses pedaços, já que eles são feitos de saudade, amor e dor. Esses caquinhos se completam de uma maneira singular, pois cada pedacinho desse já foi um só, cada pedacinho tem uma parte que encaixa na outra. O amor se encaixa no sorriso, que se encaixa na dor que a saudade se encarregou de sentir; a dor se encaixa na lágrima que o amor não suportou e a saudade insistiu; e a saudade? Ah, a saudade é a morada do amor e da dor, é a morada das lembranças, dos beijos roubados e do abraço forte que abrigava.

Hoje, a saudade fez morada no sopro manso que o vento está ventando, e não tem pressa de ir embora, mas depois eu entendi que ela só vai quando o tempo deixar de existir.

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